sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Durante mais de três séculos de história, Icó conseguiu formar importante patrimônio


Por Hélio Rocha Lima

Não há uma data exata que marque o início da formação daquele importante núcleo habitacional cearense. Porem, existem vestígios de que no ano de 1708 foi aberto o segundo poço de abastecimento emergencial de água para os moradores do povoamento que se formava e crescia na região centro-sul do estado e que somente vinte e sete anos após seria elevado à categoria de vila e, mais tarde, em 1738, viria a ser instalado como cidade.

Referimo-nos a hoje bela e rica em patrimônio histórico Icó, uma das mais antigas do nosso estado que começou por ser chamado de Arraial do Poço. Mas, somente em 21 de outubro de 1842 foi oficializado com a atual denominação e que se situa as margens dos rios Salgado e Jaguaribe, distante 375 Km de Fortaleza pela BR – 116. De lá para cá foi crescendo, recebendo a influência dos costumes de várias gerações que alí foram se instalando.

Durante os séculos XVIII e XIX Icó foi um centro econômico muito importante para os cearenses, principalmente aos habitantes das regiões circunvizinhas, exatamente na chamada época do gado, do couro, do charque e do algodão, contribuindo, também, para a conquista e povoamento do sertão nordestino. Famílias de grandes posses foram formando potentes impérios econômicos, em meio às fazendas de atividades agrícolas e pecuárias.

A história desse município é tão rica quanto o é seu patrimônio cultural e religioso, tanto que seus atuais moradores herdaram magníficos palacetes e templos católicos que são o testemunho do trabalho de seus antepassados. As ruas da cidade, na grande maioria, com pavimento em pedra; os sobrados, casarões, igrejas, dentre outras edificações, contam, melhor do que ninguém, como era aquela época e como viviam as gerações passadas.
Representa, a cidade, um exemplar muito importante para o resto do país daquele tempo, pois somente chegou, como se encontra em nossos dias, dado ao respeito que seus habitantes dedicaram à sua preservação. Exemplo disso é que desde dezembro de 1997, seu centro histórico passou a pertencer ao patrimônio nacional, numa demonstração inequívoca de seu valor perante o Brasil. Foi tombada por ser referência à memória do nosso povo.

ATRATIVOS NATURAIS
Contudo, não só de história vive aquele município. Suas matas, em meio ao sertão, e suas terras de onde se tiram o alimento, os rios, nascentes e mananciais outros são, igualmente, coadjuvantes desse contexto de atrativos que oferecem espetáculos de rara beleza. Bem próximo a cidade, pode se usufruir de uma grande área de lazer propiciada pelo açude Lima Campos, um dos mais fortes abastecedores d’água da população. As “praias” dos rios que a banham e os passeios as serras do Vicente, Camará e do Padre; aos riachos Umarí, das Pedreiras, dos Cavalos, Capim, Periquito e Capitão-Mor juntam-se ao lazer simples e sadio. Bem pertinho, pode-se dar uma esticada para ver o monumento que é a barragem do Orós.
No que diz respeito a hospedagem, Icó possui dois bons hotéis e quase meia dúzia de pousadas de médio e grande portes que oferecem o conforto necessário para o descanso. Prestadores de serviços como restaurantes, bares e lanchonetes dispõem do necessário para agradar ao visitante. Nos finais de semanas, há movimentação nos clubes e boates.

HERANÇAS DO PASSADO

Icó pode ser considerada um verdadeiro museu ao céu aberto. A beleza da arquitetura dos casarões construídos a partir do século XVIII provocou, como já citado, seu tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. As atividades econômicas, para lá levadas naquela época, influenciaram os costumes de seus moradores, a ponto de serem lembrados nas fachadas dos prédios antigos, em seu estilo barroco, destacando-se a Igreja do Rosário, datada de 1828; o Mercado Público, de 1876; o Teatro Municipal das Ribeiras do Icó, de 1860, e a Casa de Câmara e Cadeia, de 1744. Há, igualmente, edificações e obras sacras que podem ser encontradas espalhadas pela cidade, como a imagem do Senhor do Bonfim, esculpida em madeira ainda no século XVIII.

Bem conservados estão, também, a Casa Dona Janoca Dias, personagem que marcou a vida do município, muito rica e que morreu aos 87 anos de idade, deixando uma prole de 20 filhos; Chalé da Família Monteiro, uma das mais tradicionais da sociedade local e Colégio Senhor do Bonfim.

Fonte: http://www.oestadoce.com.br/index.php?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=32&noticiaID=51862

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